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12/02/10

Poema do Dia - Lá para o fim


Lá para o fim

Já não frequento o café
Nem de subúrbio, nem de cidade:
A minha vida, agora, é
Uma bengala e a saudade.

Perdi interesse pela evasão.
O rodear-me de nova gente.
Ganhei o gosto por outro pão
Mais indicado para o meu dente.

Nenhuma escrita já é memória.
Já não me perco por qualquer lado.
Deixei o nome na sua glória.
Deixei o corpo no seu pecado.

Fluía o verso. Mas, hoje, estanca
Ante uma alma de austero porte.
Foi rosa rubra. É rosa branca.
Que imaculada lhe seja a morte.

in António Manuel Couto Viana - 60 Anos de Poesia, Lisboa, Biblioteca de Autores Portugueses, 2004

Esta é uma das obras disponíveis na Biblioteca do Centro de Língua Portuguesa do Instituto Camões em Cáceres. Se quer ler mais textos deste autor visite-nos!